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“Não troco meu “Oxente” pelo “ok” de ninguém” – Ariano Suassuna

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Certo da inelegibilidade de Cássio, RC arroxa o homi...

Cássio e Ricardo2
O governador Ricardo Coutinho estaria dando o troco no senador Cássio Cunha Lima, após descobrir que ele está inelegível para 2014. Como também sabe que o tucano não vota no ex-prefeito Veneziano, RC está convencido de que terá o voto de Cássio para sua reeleição, de graça. É a síntese do novo artigo do professor Jônatas Frazão.
Diz Frazão: “Juntando as peças do quebra-cabeça, vimos que, coincidentemente, depois do dia 11 de abril (dia da decisão do TSE sobre a pretensa inelegibilidade de Cássio), quando Ricardo Coutinho teve a certeza de que Cássio estava blefando em relação a 2014, decidiu colocar o guizo no senador.” O que justificaria a demissão de aliados do tucano.

Confira o artigo na íntegra: “Os últimos fatos políticos ocorridos na Paraíba tem sentido se analisados não isoladamente, mas no conjunto. Eles evidenciam o que muitos paraibanos já perceberam e, outros, ainda não, por estarem analisando cada ocorrência em si, separadamente.
Nestes mais de dois anos de aliança política entre Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima, a Paraíba viu, algumas vezes, movimentação de um lado desagradando o outro e vice-versa. Quem não lembra, por exemplo, do dia em que Ricardo Coutinho deixou Cássio plantado na sala de espera do Ministro da Integração Nacional e entrou sozinho?
Quem não lembra, também, quando Cássio disse que apresentar adesões de prefeitos em quantidade não valia nada, que seu pai e ele próprio foram eleitos para governar a Paraíba com apoios mínimos nos municípios, no exato momento em que Ricardo fazia festa com anúncios e mais anúncios de adesões ao seu projeto de reeleição?
Mas vamos analisar os fatos mais recentes. Comecemos pela aproximação política entre Ricardo Coutinho e Wilson Santiago. Quando os jornalistas que cobrem a política diariamente começaram a colocar esta aproximação na ordem do dia, vimos declarações do Senador Cássio de insatisfação. E, mesmo assim, Ricardo fez ouvido de mercador e posou para fotos, sorridentemente, na companhia do desafeto de seu principal aliado.
Ato contínuo, Cássio utilizou sua rede de informações para espalhar declarações de que poderia disputar o Governo do Estado em 2014. E, ao mesmo tempo, de que a aliança com Ricardo Coutinho poderia não ser mantida, pois tal decisão não dependeria mais apenas dele. Ora, se você é aliado político de um governador e tem peso político na aliança (eu diria, até, que a aliança é fundamental para a reeleição de Ricardo), dizer a este que poderá não mais apoiá-lo é o mesmo que sepultar suas pretensões políticas.
Para se vingar e mostrar quem manda no pedaço, Ricardo Coutinho mandou demitir aliados e até parentes do Senador, como no caso de Marco Túlio, cunhado de Cássio, defenestrado da Direção de Operações da Cagepa; ou de Moacir Rodrigues, irmão do Prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues e primo de Cássio, demitido inesperadamente da superintendência da Agência de Águas da Paraíba – AESA.
Mas as peças ainda estavam meio que dispersas, pois muitos questionavam a ousadia de Ricardo Coutinho em ‘peitar’ Cássio. Afinal, Ricardo e seus próximos sabem que se torna complicada uma reeleição sem Cássio no apoio. Mas, por outro lado, Ricardo não poderia ficar refém desse fator, tendo que engolir a seco as provocações do Senador. É aí onde entra a peça-chave desse quebra cabeça:
Cássio faz isso com Ricardo para provocá-lo e dizer que quem manda no pedaço é ele, pois tem os votos que RC precisa para a reeleição. É a forma de marcar terreno e deixar claro que Ricardo é refém de seu poderio político-eleitoral. E Ricardo fez isso com Cássio também para provocá-lo e dizer que quem manda no pedaço é ele, porque, simplesmente, tem a certeza de que Cássio não será candidato.
Essa certeza Ricardo fez questão de externar quando escalou um de seus advogados para colocar na mídia a informação de que Cássio, simplesmente, é inelegível. A matéria sobre a decisão do dia 11 de abril do Tribunal Superior Eleitoral foi publicada originalmente pelo jornalista Hélder Moura em seu Blog, com a sutil informação de que quem lhe passou a documentação foi um advogado com DNA Girassol.
Essa decisão do TSE, aliada à certeza de que Cássio não apoiará Veneziano para governador por ser seu adversário histórico em Campina Grande, é a certidão de alforria de Ricardo. Por isso, juntando as peças do quebra-cabeça, vimos que, coincidentemente, depois do dia 11 e abril, quando Ricardo Coutinho teve a certeza de que Cássio estava blefando em relação a 2014, decidiu colocar o guizo no Senador.
E, a partir de agora, com a certeza avalizada na decisão do TSE e na premissa de que Cássio e Veneziano não estarão juntos no mesmo palanque no ano que vem, Ricardo, bem ao seu estilo que todos conhecem, começa a mostrar que quem manda é ele. E, mais ainda, mostrará isso com o sentimento de quem teve que engolir a seco até agora cada movimentação e/ou declaração de Cássio.
Pelo que a Paraíba vê, Ricardo Coutinho não é apenas mais inteligente do que alguns podem pensar, mas é daqueles que não deixam nada barato. Ele não paga com a mesma moeda. Paga em dólar, pra mostrar quem realmente tem cacife. A Cássio, restará aguentar calado. Quem diria.”

Helder Moura

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